Postado 27 de maio de 2025 em Construção e Reforma por Robson barbosa
Imagine a seguinte cena: você investe em um projeto elétrico caprichado, com tudo novo. Mas aí vem uma tempestade, ou um descuido na instalação, e… puf! Um equipamento queima.
Pode parecer exagero, mas é assim que começa o prejuízo. E em boa parte dos casos, ele poderia ser evitado com dois dispositivos: o DR (Diferencial Residual) e o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos).
Neste artigo, você vai entender de forma clara e didática o que são esses dois heróis invisíveis da eletricidade, por que eles são obrigatórios em muitas situações, e principalmente: qual a diferença entre DR e DPS e por que os dois são essenciais juntos.
A gente sabe que quadro de disjuntores não é exatamente o assunto mais popular nas rodas de conversa. Mas ele é o cérebro e o coração de qualquer instalação elétrica. Sem proteção adequada, as consequências podem ir muito além de um equipamento queimado. Estamos falando de:
✔ Prejuízos financeiros com eletrodomésticos danificados
✔ Riscos reais à vida, como choques elétricos e incêndios
✔ Multas ou embargos em obras sem conformidade com a NBR 5410
E é aí que o DR e o DPS entram em cena.
O Dispositivo Diferencial Residual, popularmente chamado de DR, é um equipamento de segurança que protege as pessoas contra choques elétricos. Isso mesmo: não é sobre proteger a TV nem o roteador, é sobre proteger vidas.
Ele monitora a corrente elétrica que entra e sai de um circuito. Se houver qualquer fuga de corrente (por exemplo, se uma pessoa tocar em um fio energizado), o DR detecta esse desequilíbrio e desarma automaticamente o circuito em milésimos de segundo.
De acordo com a NBR 5410 (ABNT), o uso do DR é obrigatório em:
Fonte oficial – NBR 5410 – ABNT
O DPS protege a instalação elétrica contra surtos de tensão, que são aumentos repentinos na voltagem, causados por fatores como:
✔ Descargas atmosféricas (raios)
✔ Manobras na rede elétrica pela concessionária
✔ Ligar/desligar equipamentos de alto consumo (como ar-condicionado ou motor elétrico)
Quando ocorre um surto, o DPS desvia a sobretensão para o aterramento, impedindo que ela chegue aos equipamentos sensíveis da casa ou comércio. Isso evita que equipamentos caros — como TV, notebook, geladeira ou sistemas de automação — virem sucata de um segundo para o outro.
Chegamos ao ponto-chave do artigo: DR e DPS têm funções complementares, mas muito diferentes. Veja:
Critério | DR | DPS |
Protege o quê? | Pessoas | Equipamentos |
Atua contra o quê? | Choques elétricos (fuga de corrente) | Surtos de tensão (raios, picos de rede) |
Como funciona? | Interrompe o circuito | Desvia a sobretensão para o terra |
Obrigatoriedade | Sim, pela NBR 5410 | Sim, em áreas com risco de surtos |
Tempo de resposta | Imediato (milissegundos) | Imediato (nanosegundos) |
Portanto, não é uma questão de escolher um ou outro. O ideal — e muitas vezes exigido por norma — é que os dois sejam instalados juntos, cumprindo cada um sua missão.
Uma dúvida comum entre eletricistas iniciantes e até mesmo consumidores é: qual vem primeiro na instalação?
🔌 A ordem correta da ligação é:
Rede elétrica → DPS → Disjuntor → DR → Circuitos
Essa sequência garante que os surtos sejam desviados antes de afetar o DR, que é mais sensível e pode ser danificado caso receba uma tensão muito alta.
Depende do ponto de vista. Se compararmos com o custo de um eletrodoméstico queimado ou, pior, um acidente grave, DR e DPS são investimentos pequenos com retorno imenso.
Os modelos mais simples custam entre:
💡 Importante: consulte sempre um eletricista qualificado para dimensionar corretamente os dispositivos, conforme o quadro e carga da instalação.
DR e DPS podem parecer apenas mais dois nomes na longa lista de termos técnicos da elétrica, mas a verdade é que eles são dois guardas-costas silenciosos que trabalham 24 horas por dia para proteger seu patrimônio — e sua vida.
Se você está construindo, reformando ou apenas quer deixar sua casa mais segura, não economize nesses dois itens. A instalação pode até ser invisível, mas a segurança que ela traz é visível (e valiosa) todos os dias.
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